Existem infinitos caminhos para o topo da montanha
Muitas vezes damos demasiada importância aos fatos e informações por si só, geralmente ignorando não só a maneira com a qual elas foi disseminada como também a mídia de suporte, porém, a cada dia eu começo a imaginar que isso não deva ser algo muito distante de uma estratégia de economia de energia que em determinados contextos acaba fazendo com que tenhamos uma leitura mais pobre da vida.
Eu sei que já existem incontáveis reflexões e discussões sobre o tema, mas até o momento não foi algo no qual eu realmente tenha estudado então conseguinte a isso já vale expor logo no começo que tudo escrito aqui não tem uma referência bibliográfica exata, em muito tudo aqui serve como um registro próprio da maneira em que penso sobre o tema no atual momento.
Atualmente comecei a pensar com mais força nisso porque estou cada vez mais próximo de uma situação que vai mudar completamente o ambiente em que vivo e uma das coisas que não quero dar de cara sem um certo preparo é o vazio de estar em determinados locais apenas por estar. O resultado preliminar é que eu posso preencher esse vazio seguindo os meu costume de registrar o ambiente ao meu redor adicionando o que mais sinto falta: compartilhamento com pessoas que realmente estão conectadas comigo; depois desse passo o dilema é: como me conectar com outras pessoas?
Apesar de vivermos no momento onde o acesso a pares até mesmo do outro lado da terra é algo comum para uma parte considerável da humanidade a real conexão, ao menos para alguém que por muito tempo viveu com pouquíssimas, ainda é algo difícil de se conceber; os mecanismos atuais que possibilitam esses acesso não são necessariamente tão eficientes, apesar de possibilitar a conexão de pessoas muito distantes a mediação do começo, e de boa parte, desses laços tendem a exigir um padrão bem restritivo, então se você não se encaixa nele e não está muito disposto a se moldar ao mesmo as conexões acabam sendo mais difíceis de ocorrer.
A maneira que me parece mais interessante e promissora de estabelecer essas conexões é com a boa e velha conversa presencial, essa vai ser minha abordagem principal para tentar me conectar com outras pessoas.
Entretanto sinto que ao me limitar apenas a compartilhar as histórias com pessoas conhecidas eu estaria traindo a mim mesmo e a todas as pessoas que também amam conhecer e compartilhar histórias, se não fossem as histórias que ouvi e li minhas percepções não conseguiriam alcançar quase nada além da ponta do meu nariz e deixar as que vivi isoladas entre algumas poucas pessoas entre as não muitas que vou conhecer durante a vida só contribuiria para que menos e menos pessoas podessem ter acesso a um tijolo na contrução de uma percepção mais diversa da vida.
A maneira na qual atualmente me sinto não só mais confortável como também mais eficiente no que se refere a contar uma história é utilizando a mistura do visual estático com o verbal, um exemplo disso foi o livro “OUVINTE” que eu fiz após ter frequentado a UFRN por um tempo em 2024, porém o momento em que isso era o suficiente para você conseguir alcançar uma variedade interessante de públicos já passou a algumas dezenas de anos.
Conseguinte a isso penso em uma boa abordagem seja utilizar o que essa situação, que impossibilita a maneira que mais gosto de me expressar, trouxe junto a si como consequência para não só fazer os projetos a maneira que mais me agrada como também para estendê-los. Tudo isso é sem dúvidas mais trabalhoso, porém com a mesma falta de dúvidas tenho a certeza que vai não só me fazer aprender muito mais como também vai possibilitar o desenvolvimento de algo muito mais sólido ao longo prazo.
Agora deixando de mistérios, ao que me refiro especificamente? Contar as histórias utilizando uma mídia como apoio a outra, resgatando a ideia do Richard Wagner sobre arte total, trazendo uma mistura e ter a fotografia, filme, música, texto e etc aproveitando o que cada mídia pode possibilitar de melhor.
Além da questão sobre a complexidade intrínseca disso tudo - que depende muito da ótica para realmente ser considerado um problema - o custo de consumo - aqui me refiro a tempo e atenção - de um conteúdo assim é consideravelmente maior, porém ao mesmo tempo isso se torna uma vantagem quando se observa a situação pelo ótica de que a tendência de uma pessoa que se dedicou ao consumo completo daquela peça de tal complexidade é retornar para as próximas.
Algo que pode amenizar esse efeito, não tornando as coisas mais simples de forma negativa mas sim as fazendo mais acessíveis, é usar não só cada mídia focando em suas particularidades como também, de acordo com cada obra, uma mídia como a moderadora do todo. No caso de um projeto musical o disco ocuparia essa posição, funcionando de maneira independente do resto alcançando novos públicos, mas servindo de guia para o resto que não necessariamente vão ser tão otimizados para o alcance de público; no caso de um documentário sobre uma pintura poderia ser utilizado um vídeo como a mídia moderadora, publicado no YouTube ou em outras plataformas semelhantes, que conseguiria alcançar um público mais abrangente e ao mesmo tempo usa-lo como ponte para as outras produções relacionadas.
O que ainda não sei é como encaixar isso em algumas produções como o Puca (esse é um projeto ainda não publicado), elas tem suas particularidades que impossibilitam algumas coisas e ao mesmo tempo que isso pode ser visto como uma fraqueza sinto que na realidade são os fatores que mais dão força a elas. Essa parte em específico vou deixar que a continuação da passagem do tempo me ajuda a responder.
Muito obrigado por pelo seu tempo; depois disso tudo eu não sei direito como finalizar essa publicação kkkk, normalmente eu deixaria esse texto guardado porém da mesma maneira que falei sobre como não contar as histórias publicamente seria uma traição sinto o mesmo com esse texto, já deixei de publicar muita coisa e sinto uma certa tristeza por isso mas ao mesmo tempo me sinto feliz por todos esses que não foram publicados terem me feito pensar sobre como não faz sentido deixá-los todos guardados.
Como pôde-se notar vendo o tempo entre essa publicação e an anterior frequência não é exatamente o meu forte, então prometo apenas que continuarei trazendo publicações aqui kkkk.